Showing posts with label Doors. Show all posts
Showing posts with label Doors. Show all posts

Wednesday, February 3, 2010

Que habían dejado el muelle hace años


They left the quay years ago.
Floating, tied to the dock, weathered and fragile, it stood still. 
Paint gone. the key lock still worked, alright

Friday, December 25, 2009

In 1956 I had opened that door


[We had almost two feet of snow. I spent most of the morning shoveling it out of the uncovered porch and the pathway that led to the cabin. Later in the afternoon, Jemime appeared from across the lake. I could not believe she had made that far. With a book in her hand. Eyes almost impossibly green...]

Sunday, December 13, 2009

Friday, December 11, 2009

Garden in the rain



[Uma estória de camafeus, gato no parapeito da janela, chás e camaleões impossíveis pelo quintal coberto de um capim espesso.

Emily de cabelo preso, quase cega, que conhecera Capote, conheceu o menino que um dia partira para uma cidade perdida entre charcos e cigarras na Louisiana - não muito longe, ela disse, de Lafayette.

Que viu o marido morrer sobre a cama, paralitico até a fala depois de um tiro de revólver pelas costas num bar de Oil City. Que comprara ações da empresa de petróleo quando a primeira tubulação trouxe gás do campo de Caddo até Shreveport. Que perdera a plantação da família e os descendentes de uma centena de escravos, e fora a primeira na cidade a deixar negros beberem nos copos da casa.

Emily que muitos anos depois de 1964, mudou-se para Morgan City, e viveu até o final numa casa em John Street, saía para recolher o leite, o cabelo de um branco de nuvem preso num coque e um camafeu no pescoço, seguro por uma fita de renda.]


[A story of cameos, cat on windowsills, tea and impossible chameleons across a backyard covered with thick leaves.

Emily with her hair on a bun, almost blind, who met Capote, knew of a boy who one day left to a city lost between marshes and cicadas in Louisiana - not too far from Lafayette, she told me once.

She saw her husband dying on a bed, crippled up to his speech after a gunshot on the back, in a bar at Oil City. Who bought stocks from the oil company when the first pipeline bringing gas from Caddo field to Shreveport begun to operate. Who lost her family plantation and the descendants of one hundred slaves, and was the first woman in the city to allow negroes to drink in the house glasses.

Emily who, many years later, moved to Morgan City and lived the rest of her life in a house on John Street, went out every day to collect the milk, her hair white tied in a bun, wearing a cameo held by a lace tape around her neck]

Tuesday, December 1, 2009

Hidden garden



[Behind the gate, a summer garden. Plants of an extravagant size, sided by earth-beds of cultivated herbs: the scent of rosemary right behind the wall waking up a collection of tea-making weeds, dispersed throughout the impossible back yard: clove, artemisia, cardo bento, garden mint, jessamine, coriander, lilies, basil, chamomile, snapdragon, lion's mouth, rue, herb-of-grace, sandalwood, dragon's blood.

Fruit trees on the back of the patio: guavas, sapotis, mangos flowering: bats have nightly parties, here. I could smell the scent of recently moist soil, footprints of this gardener following bays and channels across the vegetable garden to the right, leading back to an early walk by an orchard.

On a window sill, water-filled colored glasses sit through the day: violet for elevation, these subtleties; blue for words and throat; green for lungs and heart; yellow washing liver, intestines, calming anxiety; orange and sex; and finally red, centered on the sill, more exposed to the sun. Red for the structure of my path. Legs and feet.
My armchair, my walking stick, my road diverging in two.

Hunger, real hunger, was left on this side of the wall.]

Monday, November 30, 2009

A porta de Janaína, seu bisavô, e Pero Vaz



[Onde vai dar? De onde traz? "Um milharal apertado no quintal da casa," ele disse. O terreno onde Janaína viu tantas vezes, descampado, o cachorro Pero Vaz dançando no terreiro, desenterrando tatu, comendo as pitangas que caíam em Abril. O muro ainda baixo dava a cara para o largo onde as mulas desacansavam.

O muro baixo construído por um bisavô que comandou, na cidade, o destacamento de polícia, caçou escravos fujões, transportou carne seca e sal até Minas Gerais, traficou diamantes, e colocou a pedra primeira da matriz do largo novo, cuja porta da frente podia ver da janela da sua sala. 

Pero Vaz Já se foi, a tempos. E também Janaína. Ficaram a porta fechada, as janelas olhando o capim crescendo, o muro recoberto por novas pedras, outras telhas, e escondendo do lado de cá, a visão do largo de paragen de arreiros, transformado em rua, calçada, retocada, como as frentes de igrejas matrizes devem ser.]

Sunday, September 20, 2009

Door knob




- "Você ainda falará comigo? Vou ficar aqui, sentado nessa calcada, pleno sol de meio-dia, uma poeira no ar, nem sinal de chuva para esfriar, um carro perdido a séculos de casa, sem rouxinóis nem bem-te-vis, tudo uma solidão de pedra, bem sussuarana e jequié, muitos silêncios.  Não me deixe. Volte. Um dia, afinal, a chuva há de chegar  por aqui.."