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Monday, November 30, 2009

A porta de Janaína, seu bisavô, e Pero Vaz



[Onde vai dar? De onde traz? "Um milharal apertado no quintal da casa," ele disse. O terreno onde Janaína viu tantas vezes, descampado, o cachorro Pero Vaz dançando no terreiro, desenterrando tatu, comendo as pitangas que caíam em Abril. O muro ainda baixo dava a cara para o largo onde as mulas desacansavam.

O muro baixo construído por um bisavô que comandou, na cidade, o destacamento de polícia, caçou escravos fujões, transportou carne seca e sal até Minas Gerais, traficou diamantes, e colocou a pedra primeira da matriz do largo novo, cuja porta da frente podia ver da janela da sua sala. 

Pero Vaz Já se foi, a tempos. E também Janaína. Ficaram a porta fechada, as janelas olhando o capim crescendo, o muro recoberto por novas pedras, outras telhas, e escondendo do lado de cá, a visão do largo de paragen de arreiros, transformado em rua, calçada, retocada, como as frentes de igrejas matrizes devem ser.]

Sunday, November 29, 2009

Old city in Goiás


Na casa da minha avó a luz havia sido cortada por falta de pagamento. De esquina, a casa era situada num alto de onde podiamos ver as luzes da ribeira e as luzes dos autos pela carretera que levava a Sintra la embaixo. Naquela noite, uma agua clara escorria pela porta de entrada, recobrindo o assoalho, os móveis, os discos na vitrola e a foto de Caetano sobre a mesa da sala de jantar.

Minha avó de pernas finas terminava de descascar batatas sob uma luz impossível àquela hora da noite, cabelos pingando daquela água de roupas estendidas em varais pela casa. Numa cidade onde água desaparecia das torneiras depois da sete, aquele movimento febril dentro da casa contrastava com a quietude das pessoas na porta de entrada.  Meu primo Orlando sobre a cadeira olhava a rua que parecia não ver. José de barba aparada e bigodes cerrados segurava um candeeiro e dizia resignado que não sabia mais de onde puxar a luz. Não viria. Ficaríamos no escuro.

Seu Deodoro chegou num fusca antigo, abrindo a porta e entrando pela casa com a água quase a lhe dar nas canelas. E perguntou à minha avó de levava parte da roupa para secar em casa, onde havia luz. Ainda não havia dado oito horas.

Friday, November 27, 2009

The picture I saw - A vila da fundição



[Bats were nozing in the air. No calor daquele verão, o cheiro das frutas caídas, explodindo sob as árvores altas, um verde escuro: mangas, sapotis, graviolas. Besouros dançavam no ar. Um zumbido de moscas, continuamente perdidas em incontáveis teias de aranhas estendidas entre as folhas.

Dois carros de boi passaram, em fila, as rodas deixando sulcos fundos na terra molhada. Lá atrás, a fundição produzia sua dúzia diária de itens: pregos, estacas, postes para a ilumiação pública. A ferrovia chegava até ali perto, mas terminava do outro lado, atrás da fundição.]

Sunday, November 22, 2009

Hammocks for sale.





Under the shade, on a sunny day.
Hammocks and an almost cool breeze.
An a view of vast horizons..

Saturday, November 21, 2009

Thursday, November 19, 2009

Reading on the bus. for free.







Livros nas parades de ônibus. Você pega pra ler, devolve noutra parada.
Ou tras um para doar.


Tuesday, November 17, 2009

Cidade de amplos horizontes.




Grande arquitetura. Vastos horizontes.
Por outro lado, pouco calor humano.
A distância física entre as coisas se imiscuindo entre as gentes..

Sunday, November 15, 2009

Zen e o cerrado



Ela gostava de ver o reluzido polido do cromo.
O barulho que dilatava tímpanos.
A vibração do motor sob o assento.
O roçar proximo do asfalto, as irregularidades do terreno.
Gostava de imaginar o calor do seu corpo em contato ao dela, num abraço que era também uma promessa de permanência, uma repetição de estórias tantas vezes recontadas.

Ele gastava horas polindo o metal brilhante.
Se imaginava limpando impossíveis carburadores, trocando pistões,
acertando o bater de válvulas invisíveis, o cheiro da gasolina impregnando
seus dedos.
Pensava em estradas de uma California mítica, o calor do deserto, o ruído de muitas
máquinas em viagem, as paredes do Canyon, sendo assim como um cowboy reinventado,
de uma tribo que ainda não existia quando lobos ainda corriam em grandes grupos por aquelas montanhas.

Saturday, November 14, 2009

A visão do ministro: Três, quatro, dois poderes ?




Pleno dia de sol. Todo o cerrado desse país em construção...
[From the Highest Court, you check Legislative and Executive, on a clear sky]

Friday, November 13, 2009

Árvore ou Caminho? Albero o un percorso?





 
Essas vontades conflitantes..
Diferente daquele caminho que "diverged on a yellow wood," a questão é se páro ou continuo em direção a um outro lugar...

Wednesday, November 11, 2009

Subúrbios no centro da capital.



Essas duas horas da tarde, sem sesta...
Saudade de um Goiás que nunca conheci.

Tuesday, November 10, 2009

Dia de relógios na parede




Um dia de chuva.
Aqui dentro, alguma saudade. E uma vontade de outros licores

Monday, November 9, 2009

Doppo la pioggia



Segunda a tarde. Quase três. Certos silêncios.
Depois da chuva, e antes do céu azul de nuvens brancas: molhado.

Sunday, November 8, 2009

Sol e céu azul: um dia de pleno cerrado





Uma cidade de horizontes enormes, esses espaços.
O contraste das cores enchendo os olhos.
Aqueles pastos, um dia, careceram de fechos...

Monday, July 30, 2007

Saharienne

Todos aqueles silencios eram falta de pratica. De enfase. De teimosia incontida, repetida, sob o sol, na calçada. A cada dia eu acordava mais tarde. Ela seguia, do outro lado da mouraria, do outro lado da cidade, antes do mar.  Aqui apenas uma saudade. E uma musica. E uma foto junto a uma fonte.

Tanto sol que rebrilhava até nos ladrilhos escurecidos pela fumaca dos carros. Tanto sol que o cheiro das coisas se multiplicava, invadindo os sentidos, saindo de esgotos, de cantos de jardim ressecados, do verde intenso das folhas.

Um cheiro de café chegava do vizinho em baixo. Almofadas pelo chão. Um dia talvez nos reencontramos, saharienne. Numa rua ou em meu sonho, você sorrindo debaixo daquele azul de mar em dia de sol.

Até lá me restam as janelas que trazem você em surpresas, do outro lado da rua. Do outro lado, você sabe, Saharienne, do mar.